A religiosidade vem sendo observada como um fato protetor mediante aos riscos sócio afetivos ocorridos nos problemas cardíacos em adultos e idosos.
A religiosidade de que estamos falando é a chamada espiritualidade, que não é medida pela nossa participação religiosa, mas que dimensiona a nossa percepção religiosa. A partir dela que estabelecemos o significado da existência e do sentido da vida que pode nos aproximar de nosso mundo interior.
Apesar das diferenças religiosas nos indivíduos e suas culturas, o que é mais significativo é a repercussão daquilo que acreditamos, as nossas crenças, frente ao que podemos chamar de fé ou de esperança.
Por outro lado, a participação em serviços religiosos é importante do ponto de vista de um aumento das relações sociais, o que pode gerar um suporte social maior. O acesso às informações e recursos de acessibilidade à saúde por meio da comunidade ou congregação religiosa escolhida permite maiores condições da percepção da saúde individual.
A oração realizada em nossa intimidade é um outro aspecto observado, que pode repercutir na diminuição da intensidade dos sintomas depressivos, por fornecer maior conforto emocional no indivíduo e maior controle das percepções e da intensidade dos sintomas físicos.
*Artigo escrito pela Dra. Claudia Drucker, psicóloga do Instituto Longevità, Afiliada da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM. Mestre em Gerontologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP). Doutoranda pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM