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Escolha do cuidador deve levar em conta necessidades do paciente

No Brasil quase 80% dos mais de 26 milhões de idosos tem pelo menos uma doença crônica. O processo de envelhecimento, quando acompanhado de doenças que causam limitações funcionais, traz inúmeras demandas de cuidados, levando com muita frequência à necessidade de alguém auxiliar o idoso para suas atividades. Esta pessoa é chamada de "cuidador".

Cuidador de idosos é uma profissão reconhecida pelo Código Brasileiro de Ocupações (CBO), que definiu o código 5162 para a categoria de cuidadores de pessoas idosas. Segundo o CBO, esta é uma atividade de grande responsabilidade, uma vez que estes profissionais cuidam de idosos a partir de objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos (famílias), zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida.

Esse cuidador pode ser um familiar ou um profissional contratado para esta finalidade. Muitos familiares assumem essa tarefa por acreditarem que cuidar de um ente querido é uma atitude natural. Entretanto independente do vínculo que se tem com o idoso, há pré-requisitos fundamentais para cuidar de alguém de forma adequada que podem ser divididos em competência pessoal e técnica.

Competência técnica

O conhecimento técnico deve ser obtido por meio de cursos de capacitação específicos para formação de cuidadores, nos quais serão abordados temas fundamentais como: processo de envelhecimento, conceitos de autonomia, independência, dependência, capacidade funcional, doenças específicas do processo de envelhecimento como as síndromes demenciais do tipo Alzheimer, estatuto do idoso, fatores de riscos que podem agravar a condição de saúde do idoso, cuidados de higiene (como banho), organização do ambiente domiciliar e principalmente aprender a ser um agente facilitador para um envelhecimento com dignidade e respeito.

Competência pessoal

O indivíduo que decide ser um cuidador precisa ter claro que deverá sempre priorizar sua própria condição de saúde, apresentar sempre capacidade e preparo físico, emocional e espiritual, cuidar da sua aparência e higiene pessoal, educação e boas maneiras, para ter condições de desempenhar suas funções no dia-a-dia. Com o passar do tempo o idoso pode ficar mais dependente e demandar mais cuidados e esforço físico e mental do cuidador, o qual deve estar com sua própria saúde física e psíquica adequada para suportar a carga de cuidados.

Outra questão importante é ser flexível para adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares, respeitar a privacidade de quem está sendo cuidado, demonstrar sensibilidade e paciência para saber ouvir, pois na maior parte do tempo o idoso tem somente o cuidador como companhia e este poderá ser solicitado o tempo todo.

A realização de atividades de lazer também deve ser levada em conta, as quais devem ser de interesse do idoso. Para isso, é importante conhecer a história de vida de quem será cuidado, seus valores culturais, suas vontades e desejos, para que assim o cotidiano do idoso possa ser o mais agradável e significativo possível.

Escolhendo o cuidador

É essencial que a família tenha referências dessa pessoa, se já trabalhou em outros domicílios, se o perfil de idoso que já cuidou é similar, se tem curso de capacitação, qual a postura durante a entrevista, se demonstra ser uma pessoa calma, paciente, mas ao mesmo tempo pró-ativa para tomar decisões em momentos de emergência.

Geralmente os cursos de capacitação preparam esse profissional para atender desde idosos independentes, que necessitam de um cuidador mais como um acompanhante para prevenção e promoção de envelhecimento ativo, até idosos com vários níveis de comprometimento físico e cognitivo como por exemplo os que estão acamados e totalmente dependentes. Mas nem sempre um mesmo cuidador tem perfil para qualquer tipo de paciente e ele próprio precisa ter claro o perfil do idoso que tem aptidão para cuidar.

Caso o idoso necessite de cuidados mais especializados, a equipe de saúde que atende esse paciente, principalmente o médico responsável, irá orientar a família quanto à necessidade da contratação de profissionais com capacitação técnica condizente para cada fase desse processo. Algumas vezes, o idoso pode necessitar de profissionais de enfermagem, por exemplo.

O importante é lembrar que o cuidador é um profissional importante na prestação desses cuidados, mas jamais substituirá os cuidados técnicos e especializados dos profissionais da saúde que assistem os idosos, como enfermeiros e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, mas exerce um papel essencial de apoio a equipe e ao paciente.

Referências

Artigo escrito com a colaboração de Mariela Besse, terapeuta Ocupacional do Instituto Longevità, Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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